troubled decree * resident mockery * has claimed thee
apenas te amo com a vulgaridade dos dias
com esse silêncio velho dos aloés à beira do mar
nos senteiros daninhos de erva e de pedra
e de terra
à vez seca
à vez húmida
e os seus breves pirilampos e orvalhos
apenas te amo
com a carne magoada de tantos sonhos anteriores
apenas te amo
e
vou escurecendo
: trago o chão todo que pisei agarrado a mim
os homens que amei e a ti
os filhos que pari e de ti
mãos brancas como manhãs jovens de
veludo e
o tempo todo
no tempo todo
agarrado a mim
- apenas te amo com a vulgaridade dos dias
(rente ao corpo
no intervalo pouco de uma vida)
...
inventa-me outro lugar, vá,
-um que seja-
perpendicular ao nome das coisas
para devolver-me esse espanto redondo que é o amor
um lugar, sim,
curvo
fechado
lento
lentíssimo
como o rasto molhado do silêncio
lambendo os caminhos
os aloés
os dias e na terra
à vez seca
à vez seca
o chão que trago agarrado comigo
(demasiado quotidiano, dizes.
é.)